As varinas.
São 7 as saias que usam.
Fitas gregas, adornos floridos, rendas brancas adocicam-lhes os joelhos cansados e gastos de tirar tripas ao peixe. Grossas tiras de sangue enrolam-se nas pernas pesadas, quais cobras pintadas de roxo, tatuadas. Lenços de flores cobrem-lhes as cabeças, e as blusas que vestem hoje, são como as de antigamente. Têm folhos e rendas e bordados, bolas e pintarolas de cores garridas.
Os homens estão fora deambulando ao vento. Atiram redes pesqueiras em busca do oiro e comem sandes de torresmos com copos de vinho para aquecer as almas empedernidas.
De madrugada, ainda o sol ressona, chegam com o sal a exfoliar-lhes o rosto. Elas esperam na praia. Rezam a Deus pela chegada. "Ai os nossos homes tão ai na tarda. Ai louvada sejas Santa Mãe, que os trouxeste de volta." Acendem velas que ardem ao soprar da brisa marítima enquanto, entre abraços e beijos, puxam com força os barcos pra terra.
As águas batem forte no rochedo sagrado.
Flutuam no ar pérolas de areia branca.
Canastas de verga velha e escura aguardam no passeio da cidade para se encherem de peixe vivo e fresco.
Rolha de trapo enrolada a preceito na cabeça da varina. "Oh freguesa! Olhe a sardinha fesquinha! Hoje o peixe é maravilha!" ...
Fitas gregas, adornos floridos, rendas brancas adocicam-lhes os joelhos cansados e gastos de tirar tripas ao peixe. Grossas tiras de sangue enrolam-se nas pernas pesadas, quais cobras pintadas de roxo, tatuadas. Lenços de flores cobrem-lhes as cabeças, e as blusas que vestem hoje, são como as de antigamente. Têm folhos e rendas e bordados, bolas e pintarolas de cores garridas.
Os homens estão fora deambulando ao vento. Atiram redes pesqueiras em busca do oiro e comem sandes de torresmos com copos de vinho para aquecer as almas empedernidas.
De madrugada, ainda o sol ressona, chegam com o sal a exfoliar-lhes o rosto. Elas esperam na praia. Rezam a Deus pela chegada. "Ai os nossos homes tão ai na tarda. Ai louvada sejas Santa Mãe, que os trouxeste de volta." Acendem velas que ardem ao soprar da brisa marítima enquanto, entre abraços e beijos, puxam com força os barcos pra terra.
As águas batem forte no rochedo sagrado.
Flutuam no ar pérolas de areia branca.
Canastas de verga velha e escura aguardam no passeio da cidade para se encherem de peixe vivo e fresco.
Rolha de trapo enrolada a preceito na cabeça da varina. "Oh freguesa! Olhe a sardinha fesquinha! Hoje o peixe é maravilha!" ...
6 Comments:
Desço do Sitio para o almoço: sardinha fresca, comprada na hora. "vai ver que não se arrepende, fregues...".
Sei que não.
Que delícia, a cor, a dinâmica corporal e temporal, as rendas e os bordados das palvras---
E o que gosto de sardinha assada.
Mais um texto... para ler, reler, e ficar a sorrir.
um beijo para si
O seu texto é adulto e belo sabe a mar e tem a cor de esperança e cheira a terra, Bem-Haja
Minha amiga Azul:
Que bem que retratou a figura da mulher varina... portuguesa. E de todo o envolvente colorido mas pungente, que o drama espreita na árdua faina da pesca. A este seu amigo apenas resta, dar-lhe os parabéns e um até já! sentido.
Apenas para deixar um beijo
As varinas... mão na anca, canastras na cabeça, cordões de ouro grosso ao pescoço, cabelo comprido preso por um gancho, barcos de pesca, tempestades, destino, força do mar, praia, sol...lágrimas. É disto que me lembro quando oiço falar em varinas. Bicadinha grande na minha azul.
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