A república portuguesa ou a boca no trombone.
Bem sei que este texto já vem atrasado, uma vez que o dia cinco já lá vai há dois dias, mas mesmo assim, talvez valha a pena escrevê-lo em abono da República POrtugesa e dos valores democráticos que nela bebem e jorram com tal abundância que até aos mortos dá tesão.
Cá vai.
No dia cinco último, estava eu a acabar de me preparar para almoçar quando fui informada das últimas do nosso mundo institucional, sério e disfuncional que por cá temos. A história é simples: alguém que eu conheço, de seu nome Mulher, foi recentemente concorrer a um concurso público, ainda que interno, para um lugar de chefia. A vaga era apenas uma, e apenas duas pessoas do conjunto do serviço em questão preenchiam as condições/requisitos exigidos para concorrer à dita vaga. Já se está mesmo a ver que, além desta Mulher a que me refiro, havia um Homem candidato ao mesmo concurso. É também um outro homem que, neste momento, tem nas mãos o destino do serviço em questão. É também deste homem que depende a escolha do novo candidato ao lugar, ainda que do concurso fizessem parte uma catrefada de provas que só visto - práticas, ténicas, físicas e etc -para as quais esta Mulher (e certamente o seu colega) se preparou muito bem.
Fazia igualmente parte do regulamento que a decisão final, apesar de depender também da opinião do dito mustrengo que lá manda, dependeria essencialmente dos resultados obtidos pelos candidatos. É a velha máxima de que "vença o melhor". Pois muito bem. Vamos a isso.
Ela lá foi. Passadas as provas dadas pelo corpinho em corrida, ora pula, ora salta, ora estica e encolhe, ora nada, ora ... que aquilo ali é preciso estar sempre em forma, vieram as teóricas/técnicas afectas à actividade específica em questão. Aqui pr'a nós, ela receava sobretudo as físicas por uma questão de fragilidade natural face ao seu concorrente. É natural, mas ela ultrapassou-as. Ficaram a par. Em igualdade de circunstâncias.
Siga pr'a bingo. A hora estava marcada, a farda engomada e ela lá foi dizer do que sabia. Á entrada da porta, o mustrengo supervisor dá-lhe a passagem, mas antes avisa-a: "oiça lá, você não se esqueça que aqui, para uma mulher passar à frente de um homem e chegar a chefe precisa de provar que é mil vezes melhor do que ele!" Ela não respondeu. Está-lhe vedada a palavra. Entrou. Fez as provas.
Saíram os resultados.
Foi destes resultados que soube na quinta feira. Ela não ficou com o lugar. Teve os melhores resultados na maioria das provas realizadas, o que significa que ficou em primeiro lugar no concurso, mas como é o mustrengo que manda, foi o colega o escolhido.
Tenho dito! Assim vai o mundo e o sistema que temos.
Nota dois: soube no mesmo dia da exoneração de um outro mustrengo de uma outra força, que à pala da coragem do superior máximo, foi finalmente obrigado a retirar-se e a ir cavar batatas pá terrinha dele.
Até breve. Desculpem-me o desabafo, sim?
Cá vai.
No dia cinco último, estava eu a acabar de me preparar para almoçar quando fui informada das últimas do nosso mundo institucional, sério e disfuncional que por cá temos. A história é simples: alguém que eu conheço, de seu nome Mulher, foi recentemente concorrer a um concurso público, ainda que interno, para um lugar de chefia. A vaga era apenas uma, e apenas duas pessoas do conjunto do serviço em questão preenchiam as condições/requisitos exigidos para concorrer à dita vaga. Já se está mesmo a ver que, além desta Mulher a que me refiro, havia um Homem candidato ao mesmo concurso. É também um outro homem que, neste momento, tem nas mãos o destino do serviço em questão. É também deste homem que depende a escolha do novo candidato ao lugar, ainda que do concurso fizessem parte uma catrefada de provas que só visto - práticas, ténicas, físicas e etc -para as quais esta Mulher (e certamente o seu colega) se preparou muito bem.
Fazia igualmente parte do regulamento que a decisão final, apesar de depender também da opinião do dito mustrengo que lá manda, dependeria essencialmente dos resultados obtidos pelos candidatos. É a velha máxima de que "vença o melhor". Pois muito bem. Vamos a isso.
Ela lá foi. Passadas as provas dadas pelo corpinho em corrida, ora pula, ora salta, ora estica e encolhe, ora nada, ora ... que aquilo ali é preciso estar sempre em forma, vieram as teóricas/técnicas afectas à actividade específica em questão. Aqui pr'a nós, ela receava sobretudo as físicas por uma questão de fragilidade natural face ao seu concorrente. É natural, mas ela ultrapassou-as. Ficaram a par. Em igualdade de circunstâncias.
Siga pr'a bingo. A hora estava marcada, a farda engomada e ela lá foi dizer do que sabia. Á entrada da porta, o mustrengo supervisor dá-lhe a passagem, mas antes avisa-a: "oiça lá, você não se esqueça que aqui, para uma mulher passar à frente de um homem e chegar a chefe precisa de provar que é mil vezes melhor do que ele!" Ela não respondeu. Está-lhe vedada a palavra. Entrou. Fez as provas.
Saíram os resultados.
Foi destes resultados que soube na quinta feira. Ela não ficou com o lugar. Teve os melhores resultados na maioria das provas realizadas, o que significa que ficou em primeiro lugar no concurso, mas como é o mustrengo que manda, foi o colega o escolhido.
Tenho dito! Assim vai o mundo e o sistema que temos.
Nota dois: soube no mesmo dia da exoneração de um outro mustrengo de uma outra força, que à pala da coragem do superior máximo, foi finalmente obrigado a retirar-se e a ir cavar batatas pá terrinha dele.
Até breve. Desculpem-me o desabafo, sim?
3 Comments:
Um desabafo de uma situação igual a tantas outras que acontecem num país cada vez mais à beira do surrealismo puro. Portugal está a tornar-se uma obra de arte que ninguém quer comprar.
É que nem o pai almoça nem a galeria encerra de vez as portas.
PS.: Vê amiga Azul como eu também gosto de desabafar?!
Um óptima semana para si!!
Portugal no seu melhor não é?
Beijos, Betty
Neste sábado ao som cadente da chuva que embala, visito as páginas que mais aprecio e cuja qualidade me atrai. Parabéns e bom fim-de-semana, pois aqui descanso os olhos no teu magnífico blogue.
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