Behind Sylvia.
ali dentro estão ervas choronas daquelas antigas
roendo cordas e gritando alto - muito alto. os
caminhos sem volta batem baixinho enlameados
junto às ombreiras das curvas de
um só nó.
é tarde. silos de pó estragado armam desafôros e pedem aos deuses
para queimar o estrume dos vales.
de nada lhes serve a humidade dos corpos ou a beleza do sal marinho.
estão perdidas as trutas que ouviram o choro das ervas. daninhas.
verdes escuras. grosseiras.
há um espaço fechado atrás daquele balcão que dá prá esquina do outro lado.
escondem-se as ervas não vá o chão apodrecer. Sylvia.
de noite não está lá ninguém. a espera
é imensa do tamanho de um quadrado perfeito. é matemática pura.
esticadas vão as lampreias borda fora
borda adiante largadas à pressão como baldes de tinta preta.
pedras pequenas e rubras descascam cebolas cozidas. janelas fechadas
trombetas em crista amalgam-se aos montes. não há estrelas
e a luz avinagrada amaldiçoa a perfeição. abatem-se árvores enciumadas.
morrem as anedotas. morte ao riso.
ciso. contas fiadas escritas a óleo de amendoim dão o toque inicial
na aventura da
acção.
roendo cordas e gritando alto - muito alto. os
caminhos sem volta batem baixinho enlameados
junto às ombreiras das curvas de
um só nó.
é tarde. silos de pó estragado armam desafôros e pedem aos deuses
para queimar o estrume dos vales.
de nada lhes serve a humidade dos corpos ou a beleza do sal marinho.
estão perdidas as trutas que ouviram o choro das ervas. daninhas.
verdes escuras. grosseiras.
há um espaço fechado atrás daquele balcão que dá prá esquina do outro lado.
escondem-se as ervas não vá o chão apodrecer. Sylvia.
de noite não está lá ninguém. a espera
é imensa do tamanho de um quadrado perfeito. é matemática pura.
esticadas vão as lampreias borda fora
borda adiante largadas à pressão como baldes de tinta preta.
pedras pequenas e rubras descascam cebolas cozidas. janelas fechadas
trombetas em crista amalgam-se aos montes. não há estrelas
e a luz avinagrada amaldiçoa a perfeição. abatem-se árvores enciumadas.
morrem as anedotas. morte ao riso.
ciso. contas fiadas escritas a óleo de amendoim dão o toque inicial
na aventura da
acção.
7 Comments:
Bom dia Azul, antes de mais desejo-lhe um feliz dia do Pai.
O texto, muito intenso, muito denso, carregado de sensações e texturas. Belo como sempre.
Um beijo para si
... esta minha teimosia de ter sempre uma frase com um sorriso irónico no canto da boca, por vezes... não tem cabimento.
É o caso deste seu texto, amiga Azul. Em crescendo, as palavras ganham formas musicais tão perceptíveis e dramáticas que é impossível brincar com elas.
Ler a música que escreveu neste post-pauta, foi o melhor que me aconteceu neste fim de dia.
Beijo amigo.
Um texto carregado de mistério e sensibilidade... gostei.
Um abraço e boa semana ;)
que parolice serôdia
agora que releio o texto, encontro o que não me foi evidente das outras vezes. há mesmo um rio que se alarga ao longo do vale dos textos que tens escrito. as margens da tua imaginação estão mais afastadas. o caudal das tuas imagens está mais amplo. a profundidade da tua escrita está mais nítida. quero continuar a navegar por aqui. beijinho. J.
Vim deixar um beijo e desejar bom fim de semana. Clotilde
Este texto é belíssimo. Parece-me o trotar de um cavalo, aumenta, aumenta até chegar a um galope que nos envolve e nos dá a noção do que somos.
Assim este texto, crece, engrossa e desagua. Muito bonito.
beijo
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