Cem Truques, Nu Azul

Um Lugar com Vista para Além de Mim ...

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Simplicidade colorida de azul com um guache de água de colónia, seria certamente algo apetecível pelo cheiro, nem que fosse... Um alfinete-de-ama embebido em leite, uma sobremesa nova... E a imaginação, um rosto desfigurado de real...

segunda-feira, novembro 07, 2005

A Aula.

Boa tarde cavalheiros nobres e gentilíssimas damas.
Estamos aqui, uma vez mais, para dar continuidade ao nosso projecto estando reservada para hoje a discussão relativa ao assunto dos cristais.
Como se lembram, na última dinastia tínhamos dito que o paradigma opcional do revés era oblíquo. Nessa sequência, tínhamos encontrado a questão cristalina das formas e expusemos brevemente as tonalidades cromáticas de que se compunham bem como as suas estruturas disformes. Estamos pois em condições de recomeçar o nosso diálogo.

Os cristais prometem estratagemas alucinantes capazes de, em provérbios, calcorrearem os mais insuspeitos desígnios da mente. Não há dúvidas, assim espero, de que eles são determinantes na massa consistente de que é feita a Terra e o tão aclamado poder dos tibetanos em dias de luar. Nessa medida, perguntamos: como se fazem alcachofras? quando trataremos de cultivar formigas em tachos de barro? Estarão a pensar: mas estas questões são tão simples que, nem sequer percebemos porque as faz. É certo. De facto são simples demais, mas não vos queria decepcionar quando se trata de reflectir sobre as extravagâncias discretas dos sons da primavera marciana. Da mesma maneira que um sonho se não faz de azevias, nunca chegaríamos à complexidade dos cristais sem nos determos antes, nas descendências absurdas da lucidez.

Nos horários ocres da paciência, encontramos escravos de mãos vazias. Do outro lado do fundo, preguiças desmesuradas passam a pente fino as estradas da consciência. A lucidez não poderia senão estar entre elas, entre as coordenadas cristalinas do barro azul que se desprende daquela manta dourada que conhecem, não é verdade? Já vi que perceberam agora a nota que há pouco fiz ao referir-me às alcachofras. Ah, pois é!, afinal estavam no meio da encruzilhada de antes e fôra no entroncamento seguinte que se deram a encostar aos ditos cristais. Luminosos?, não. Afinados?, também não. Estonteantes. Monitores de asas antigas, desfazados do martírio e da loucura. Sim. Sim, é este o único caminho para lá chegar. Até breve. Boas reflexões.

5 Comments:

Blogger Jorge Ferreira said...

Pois realmente os cristais invertem a imagem e a luz...

Será que tenho de passar o teu texto novamente por um cristal para o descodificar ?

Abraço,
Jorge

18:17  
Anonymous Anónimo said...

Até a mais humilde formiga gostaria de viver num Palácio de Cristal, a ver-se diferente no prima, a sentir a cor do arco-íris e, se possível, a comer alcachofras... ehe,ehe,ehe...

19:33  
Anonymous Anónimo said...

não é "prima", é "prisma"... Rôda-se!... assim não dá rendimento!...

19:34  
Anonymous Anónimo said...

Poça, este texto é literatura pura; Vou-me recolher e ... reflectir sobre a complexidade dos cristais. Sabes, por falar em cristais, a minha 1ª visita de estudo, no ciclo, foi à fábrica de vidro dos irmãos Stephens, na Marinha Grande. Ver trabalhar o vidro foi das coisas mais fantásticas que vi até hoje em toda a minha vida. PIU!

21:54  
Blogger Menina Marota said...

Já tinha saudades de te ler!! Perdoa a ausência, mas agora vou desforrar-me!!

Um abraço terno e bom domingo ;)

04:35  

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