Ainda...
"(...) Não podes aprender-me agora, eu sei. Para que me aprendas, eu espero - não tenho pressa. O que ainda não sei, se bem que começo a sentir que resisto fortemente a aprender, é a amar devagar. Confesso. Eu não sei amar devagarinho como quem toca ao de leve num rosto que descobre de novo, apenas com a polpa mais externa da cabeça dos dedos das mãos. É daqueles toques que ficam para sempre gravados dentro de nós, ainda que seja dos mais simples e suaves e discretos que possam haver. Se quiseres, é um toque inocente. Quando feito por mim, de inocência pérfida. Não consigo amar a direito, com linhas e pespontos seguros e sem tormentos pelo meio. Não sou mulher de amores serenos, invísiveis, caducos. Raramente deixo cair esse lenço ou o deito borda fora, mesmo depois de apodrecido. Por isso, e por uns tantos cigarros que fumei durante anos, tive de parar de o fazer de repente senão morreria cedo de tanto entupimento...!"
2 Comments:
... entre o "apreender o amor sem pressa" ou "correr por ele a foguetes", o coração tem critérios a que raramente se pode pôr travão.
Já com o tabaco não é a mesma coisa: um valente susto "oferecido" pelo médico de familia (no caso duns) e o preço astronómico do dito prazer (para outros) já tem feito milagres.
Voltar a ler esta prosa "azul"...
Bem-vinda, de novo.
Bj
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