Another letter, baby!
"Preciso de acreditar que sou uma poetisa natural, ainda que reconheça não ter o talento devido (menos ainda, o esperado!) na arte da escrita literária.
Preciso de acreditar que saberás ler na minha des-conjuntura aquilo que, em tempos nunca vividos, recebo agora da tua presença real.
Preciso de exercer a minha modéstia a cada assentar do nível, que me esforço por colocar na parede da minha casa interior, bem como da minha sensatez, no movimento ponderado e leve necessário a esse gesto, para que possa dizer com clareza o que escuto viver, e me parece ser de uma beleza ímpar.
Dedico as minhas energias a espreitar pelas janelinhas que se abrem a cada instante, e me permitem ver o mundo que me revelas. Quero aprender contigo o manual completo da diferença. Descubro que o desconheço tanto quanto me fascina e atrai. Quero viajar entretanto, como quem desenha um novo mapa de referência, para me orientar na massa do planeta humano. Leio páginas seguidas de um romance eterno, enquanto me banho do sol que faz as delícias da minha cor. Procuro nelas, saboreando vidas alheias, contar os pedaços do meu imaginário, e cortar de vez com o passado já perdido. Quero construir contigo um barco de madeira, talvez uma casa à beira de um rio ou até uma nave espacial. O que importa mesmo é que seja um albergue, um abrigo, um lugar só nosso para onde podemos sempre voltar. De preferência, quero que tenha terra em volta para cravar lá as minhas mãos como quem amassa bolos-rei no Natal, semeando todos os dias alguma coisa que cresça e alimente a minha fé e vontade de poder continuar a confiar naquilo que me faz sentido... Adoro-te!..."
Preciso de acreditar que saberás ler na minha des-conjuntura aquilo que, em tempos nunca vividos, recebo agora da tua presença real.
Preciso de exercer a minha modéstia a cada assentar do nível, que me esforço por colocar na parede da minha casa interior, bem como da minha sensatez, no movimento ponderado e leve necessário a esse gesto, para que possa dizer com clareza o que escuto viver, e me parece ser de uma beleza ímpar.
Dedico as minhas energias a espreitar pelas janelinhas que se abrem a cada instante, e me permitem ver o mundo que me revelas. Quero aprender contigo o manual completo da diferença. Descubro que o desconheço tanto quanto me fascina e atrai. Quero viajar entretanto, como quem desenha um novo mapa de referência, para me orientar na massa do planeta humano. Leio páginas seguidas de um romance eterno, enquanto me banho do sol que faz as delícias da minha cor. Procuro nelas, saboreando vidas alheias, contar os pedaços do meu imaginário, e cortar de vez com o passado já perdido. Quero construir contigo um barco de madeira, talvez uma casa à beira de um rio ou até uma nave espacial. O que importa mesmo é que seja um albergue, um abrigo, um lugar só nosso para onde podemos sempre voltar. De preferência, quero que tenha terra em volta para cravar lá as minhas mãos como quem amassa bolos-rei no Natal, semeando todos os dias alguma coisa que cresça e alimente a minha fé e vontade de poder continuar a confiar naquilo que me faz sentido... Adoro-te!..."
4 Comments:
Gostei do tom intimista, o sugestivo dos lugares sonhados. Há um sentir profundo nestas palavras a suporem destinatário... sonhado ou ausente?
Mas isso não interessa!
vale a intensidade da escrita!
A viagem já começou. Vai-se construindo a nave pelo caminho.
Amor em construção. Muito belo, muito lúcido e muito emocionante.
E quem disse que "todas as cartas de amor são ridículas",enganou-se:)
Mas também, um poeta é sempre um fingidor...
Ah! mulher de pouca fé! Fosse este texto dedicado à minha pessoa, pode crer que eu havia de lhe arranjar editor de nomeada e as edições multiplicar-se-iam mais que o milagre dos peixes e dos pães. Quem sabe até, se um premiozinho... pois se a prosa que aqui leio é um poema de se lhe tirar o chapéu.
Não me leve a mal Azul. Já sabe que sou danado para a brincadeira, mas também sabe (devia) que gosto muito de a ler.
Abraço do
Legível.
Enviar um comentário
<< Home