Cem Truques, Nu Azul

Um Lugar com Vista para Além de Mim ...

A minha foto
Nome:
Localização: Lisboa, Portugal

Simplicidade colorida de azul com um guache de água de colónia, seria certamente algo apetecível pelo cheiro, nem que fosse... Um alfinete-de-ama embebido em leite, uma sobremesa nova... E a imaginação, um rosto desfigurado de real...

quinta-feira, outubro 19, 2006

Maio.

"Porque me tornei, definitiva e deliberadamente livre, o que procuro é a verdade..."

sábado, outubro 07, 2006

A república portuguesa ou a boca no trombone.

Bem sei que este texto já vem atrasado, uma vez que o dia cinco já lá vai há dois dias, mas mesmo assim, talvez valha a pena escrevê-lo em abono da República POrtugesa e dos valores democráticos que nela bebem e jorram com tal abundância que até aos mortos dá tesão.
Cá vai.
No dia cinco último, estava eu a acabar de me preparar para almoçar quando fui informada das últimas do nosso mundo institucional, sério e disfuncional que por cá temos. A história é simples: alguém que eu conheço, de seu nome Mulher, foi recentemente concorrer a um concurso público, ainda que interno, para um lugar de chefia. A vaga era apenas uma, e apenas duas pessoas do conjunto do serviço em questão preenchiam as condições/requisitos exigidos para concorrer à dita vaga. Já se está mesmo a ver que, além desta Mulher a que me refiro, havia um Homem candidato ao mesmo concurso. É também um outro homem que, neste momento, tem nas mãos o destino do serviço em questão. É também deste homem que depende a escolha do novo candidato ao lugar, ainda que do concurso fizessem parte uma catrefada de provas que só visto - práticas, ténicas, físicas e etc -para as quais esta Mulher (e certamente o seu colega) se preparou muito bem.
Fazia igualmente parte do regulamento que a decisão final, apesar de depender também da opinião do dito mustrengo que lá manda, dependeria essencialmente dos resultados obtidos pelos candidatos. É a velha máxima de que "vença o melhor". Pois muito bem. Vamos a isso.

Ela lá foi. Passadas as provas dadas pelo corpinho em corrida, ora pula, ora salta, ora estica e encolhe, ora nada, ora ... que aquilo ali é preciso estar sempre em forma, vieram as teóricas/técnicas afectas à actividade específica em questão. Aqui pr'a nós, ela receava sobretudo as físicas por uma questão de fragilidade natural face ao seu concorrente. É natural, mas ela ultrapassou-as. Ficaram a par. Em igualdade de circunstâncias.

Siga pr'a bingo. A hora estava marcada, a farda engomada e ela lá foi dizer do que sabia. Á entrada da porta, o mustrengo supervisor dá-lhe a passagem, mas antes avisa-a: "oiça lá, você não se esqueça que aqui, para uma mulher passar à frente de um homem e chegar a chefe precisa de provar que é mil vezes melhor do que ele!" Ela não respondeu. Está-lhe vedada a palavra. Entrou. Fez as provas.
Saíram os resultados.

Foi destes resultados que soube na quinta feira. Ela não ficou com o lugar. Teve os melhores resultados na maioria das provas realizadas, o que significa que ficou em primeiro lugar no concurso, mas como é o mustrengo que manda, foi o colega o escolhido.

Tenho dito! Assim vai o mundo e o sistema que temos.

Nota dois: soube no mesmo dia da exoneração de um outro mustrengo de uma outra força, que à pala da coragem do superior máximo, foi finalmente obrigado a retirar-se e a ir cavar batatas pá terrinha dele.

Até breve. Desculpem-me o desabafo, sim?