Do Silêncio.
Começo a aceitar e a compreender ser no silêncio que melhor te revelas. É nele, sem dúvida, que melhor te escuto.
Ouço-te agora, quando antes não mo permiti, dizeres do teu amor quando me agradeces por ter aceite uma proposta que fizeste há tempos. Escuto as lâminas de alma que me tens mostrado, enquanto eu, inutilmente, me tenho vindo sorrateiramente a escusar admitir que um acontecer como este fosse possível entre nós dois. Fosse possível, simplesmente. Tenho dito a mim mesma que não posso ser mais clara e transparente no que toca aos meus afectos e, contudo, estou quase certa de que tenho sido eu a falar de menos. Tenho sido eu a entupir a relação de falas e mais falas para não deixar de permanecer num silêncio que me isola, que me esconde, que me assusta. Quem tem vindo afinal de contas a falar abertamente de Amor? Quem tem vindo a revelar ser mais sábio, mais maduro, mais directo no discurso que alimenta? Quem...?
Ouço agora o teu convite para morar junto num lar improvisado, cheio de cor e animação, em construção aberta e livre, e tendo a cair na tentação de continuar a pensar que não me levas a sério.
Escuto o teu querer-me para além do tempo, do lugar e do presente, e quase teimo em não aceitar que me és de confiança. No fim das contas, é disto que se tem tratado. Posso talvez desculpar-me a mim mesma, dizendo que tem sido por precaução adulta que me tenho reservado. Ou dizer ainda, que tenho andado também eu a tentar construir um território de confiança mútua que dê lugar, enfim, ao palavreado decente. Porém, por mais que me desculpe ou queira escarpar-me da responsabilidade pelo que sinto, de uma coisa estou segura: neste silêncio, é a confiança humana que sinto em ti que me aparece esclarecida.
Ouço-te agora, quando antes não mo permiti, dizeres do teu amor quando me agradeces por ter aceite uma proposta que fizeste há tempos. Escuto as lâminas de alma que me tens mostrado, enquanto eu, inutilmente, me tenho vindo sorrateiramente a escusar admitir que um acontecer como este fosse possível entre nós dois. Fosse possível, simplesmente. Tenho dito a mim mesma que não posso ser mais clara e transparente no que toca aos meus afectos e, contudo, estou quase certa de que tenho sido eu a falar de menos. Tenho sido eu a entupir a relação de falas e mais falas para não deixar de permanecer num silêncio que me isola, que me esconde, que me assusta. Quem tem vindo afinal de contas a falar abertamente de Amor? Quem tem vindo a revelar ser mais sábio, mais maduro, mais directo no discurso que alimenta? Quem...?
Ouço agora o teu convite para morar junto num lar improvisado, cheio de cor e animação, em construção aberta e livre, e tendo a cair na tentação de continuar a pensar que não me levas a sério.
Escuto o teu querer-me para além do tempo, do lugar e do presente, e quase teimo em não aceitar que me és de confiança. No fim das contas, é disto que se tem tratado. Posso talvez desculpar-me a mim mesma, dizendo que tem sido por precaução adulta que me tenho reservado. Ou dizer ainda, que tenho andado também eu a tentar construir um território de confiança mútua que dê lugar, enfim, ao palavreado decente. Porém, por mais que me desculpe ou queira escarpar-me da responsabilidade pelo que sinto, de uma coisa estou segura: neste silêncio, é a confiança humana que sinto em ti que me aparece esclarecida.