Cem Truques, Nu Azul

Um Lugar com Vista para Além de Mim ...

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Localização: Lisboa, Portugal

Simplicidade colorida de azul com um guache de água de colónia, seria certamente algo apetecível pelo cheiro, nem que fosse... Um alfinete-de-ama embebido em leite, uma sobremesa nova... E a imaginação, um rosto desfigurado de real...

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Ternura.

Bagas chovendo em circuitos abertos
devolvem-me o sabor do Verão e do Sol.
O líquido que delas se desprende quando as trinco
amaciam-me a alma
colorindo-a de tonalidades excitantes
pegajosas.
Escorre saliva p’la minha boca abaixo
pingando-me os seios descontraídos
desnudos:
Teus...

Alternadas quais ritmos incessantes repetem-se
palavras de Amor que refrescam
a paisagem dançante.
Os corpos fundidos ofegantes animam-se
disfrutam-se
enleiam-se apaixonados.

Animais à solta

Livres

Cabelos em tempo de vendaval
escrevem diários íntimos
indiscretos. Fascinam
pelos toques de branco que com o tempo
assumiram
riscando o preto original.
Fortes como amêndoas doces alimentam dedos
que se enrolam brincando
que se deleitam ao senti-los:
Meus...

Bolhas de sabão cheiroso massajam as peles já suadas.
Beijos partilhados à toa soam a miosótis
no jardim que imaginámos. Somos.
Queremos. Damos.

........

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Improviso.

(...)
a estrada estava vazia há horas. há dias. ninguém parecia querer lá passar e o luar que se arriscava no céu estava mais escuro do que o habitual
iluminado
apenas o portão velho que bate do outro lado da linha. ficou mal fechado da última vez e até hoje, basta uma leve brisa sorrir e ele bate bate bate amedrontado...
amedrontando
os gatos vadios que por ali vagueiam de vez em quando, quais Josefas encimesmadas beberricando água das mãos estendidas de alguém que lhes pega ao colo e as afaga no pêlo
despenteado... sons grotescos dispertam almas penadas perdidas ausentes de cor de ternura
terríficas abandonadas. dois alguéns em queda livre. em manutenção. em desvios serenos por ruelas sombrias históricas românticas. vadias... campas forradas de pó colocadas em fila
laranjas descascadas sumarentas e bolos aconchegam o sol que brilha de dia...
lâmpadas internas alumiam quais faróis indiscretos os recantos do olhar. é cedo. é hoje.
agora

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Paranoid Park.

(...)

"Movimento, por vezes alucinante, vibratório, ameaçador. Dinâmicas de imagem algo desconcertantes pela visão míope que nos provocam, pela visão desfocada num percurso de proximidade com distâncias “mal” calculadas. Melodias inesperadas, desconexas do contexto visual, mas que caiem bem. Muito bem. Curiosamente, caiem bem porque se vêem. Porque se transformam em quase-imagens rítmicas, como se fossem brincadeiras. Olhar revelador.Olhar inexpressivo. Olhar fixo. Sábio. Branco, de choque. Espaço entre o choque do vivido e o imaginário. Performances tranquilas quase nada treinadas, pelo menos aparentemente. Cenas sem ensaios prévios, quase quase espontâneas. Brilhantes, quotidianas. Claras, intensas, puras. (Conta-se uma história absoluta, de absoluto. De morte. De responsabilidade pelo outro. De culpa por imaturidade do olho que vê. Mas, também de lucidez. De enorme lucidez. De honestidade. De sapiência (insuspeita), não de horror. Insuspeita, porque ingénua ainda, por imaturidade do aparelho pensante, que se expandirá a partir da experiência quando ela tiver tamanho para ser contada. De uma beleza elevada, porventura alternativa. Artística. (Quase) perfeita humanamente)."

(...)