Cem Truques, Nu Azul

Um Lugar com Vista para Além de Mim ...

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Localização: Lisboa, Portugal

Simplicidade colorida de azul com um guache de água de colónia, seria certamente algo apetecível pelo cheiro, nem que fosse... Um alfinete-de-ama embebido em leite, uma sobremesa nova... E a imaginação, um rosto desfigurado de real...

domingo, maio 15, 2005


Pura suavidade na ponta dos dedos. Seda achocolatada!Delícia amarrotada! Tentação dos sentidos. Posted by Hello

Fim

Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza:
A um morto nada se recusa,
E eu quero por força ir de burro! ...
(Mário de Sá Carneiro)

Pastelaria

"Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura

Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio

Afinal o que importa não é ser novo nem galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante!

Afinal o que importa é não ter medo:fechar os olhos frente ao
precipício
e cair verticalmente no vício

Não é verdade, rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola

Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há tanta gente que come

Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!

Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola de peludo
à saída da pastelaria, e lá fora - ah, lá fora! - rir de tudo

No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra"

(Mário Cesariny in Nobilíssima Visão - Editora Assírio e Alvim)

sábado, maio 14, 2005


Perfeito! Posted by Hello

segunda-feira, maio 02, 2005

Devaneio.

Estava escuro que nem breu e em mim escorriam ideias como água em cascata natural.
Deveria colocá-las em papel de seda escarlate com sabor a ananás mas o vento soprava de Norte
e o calor que sentia era inebriante despropositadamente grande como a voz.
Fala.
Diz.
Ouço passos. Quem vem lá?
A Terra desventra-se abre-se desfigura-se alenta-me em desalentos incautos.
O ruído enorme é do tamanho do indizível do nada do peixe que acabou de entrar na minha sala.
Raios me partam tanta tirania desvalida insolente deserta.
Mas que foi que me deu?
Anda.
Aqueçe o mundo com o teu abraço aconchegante
enerva aquele rio com o brilho dos teus olhos
beija-o.
Não posso.
Não me atrevo nas iras do fantástico do devaneio espreguiçado.
Ri-te!

(Sorrio agora satisfeita. Cheguei. Aprecio o desfecho. Boa noite!)

Love.

Laços lâminas lambretas.
Lampiões lamúrias
luzes.


lubrificaram lumes luzidios
litanias lancinantes.

Lusco-fusco límpido.

Li leite
li lastros
li.

L

Love.