Ainda...
"(...) Não podes aprender-me agora, eu sei. Para que me aprendas, eu espero - não tenho pressa. O que ainda não sei, se bem que começo a sentir que resisto fortemente a aprender, é a amar devagar. Confesso. Eu não sei amar devagarinho como quem toca ao de leve num rosto que descobre de novo, apenas com a polpa mais externa da cabeça dos dedos das mãos. É daqueles toques que ficam para sempre gravados dentro de nós, ainda que seja dos mais simples e suaves e discretos que possam haver. Se quiseres, é um toque inocente. Quando feito por mim, de inocência pérfida. Não consigo amar a direito, com linhas e pespontos seguros e sem tormentos pelo meio. Não sou mulher de amores serenos, invísiveis, caducos. Raramente deixo cair esse lenço ou o deito borda fora, mesmo depois de apodrecido. Por isso, e por uns tantos cigarros que fumei durante anos, tive de parar de o fazer de repente senão morreria cedo de tanto entupimento...!"