Cem Truques, Nu Azul

Um Lugar com Vista para Além de Mim ...

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Localização: Lisboa, Portugal

Simplicidade colorida de azul com um guache de água de colónia, seria certamente algo apetecível pelo cheiro, nem que fosse... Um alfinete-de-ama embebido em leite, uma sobremesa nova... E a imaginação, um rosto desfigurado de real...

terça-feira, outubro 27, 2009

cem novo.

Se te disser que preciso de me sentir, de novo, esvoaçante,
que quero perder de vista o rasto da sensatez ou
mandar borda fora os grilhões da maturidade...
Se te disser que quero viver outra vez
uma segunda sinfonia
num embarque sem hora marcada
..............................................
pudesse eu ser um poema sem autor definido
para assim poder corrigir a minha assinatura

Se te disser que perco a força
quando desloco o vento com a mão direita
e que percorro as grutas de um só movimento,
procurando acautelar que chegarei inteira ao fim do percurso
......................................................................
talvez percebas a lógica do desencanto
do tormento em falta
da escassez de vestes brancas no meu armário das surpresas.

Se te disser que só vivo
se me apaixonares, e que
só te devolvo as perdas se me prometeres que
definitivamente me lanças a esfera do perfeito sentido
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talvez me sintas um pouco mais

terça-feira, outubro 20, 2009

sim, vou andando...

escrevo-te
digo-te de mim
de ti (para ti) que estou bem.
sim, vou andando...
digo-te
que me escasseiam as palavras
que queria continuar a soprar devagarinho
enquanto pego na caneta de pau de canela castanha
e desenho, ainda,
o teu rosto de cor no meio dos meus lençois.
não vêm
não aparecem
quais torrentes que outrora me sofucavam segredando-me
que te segurava na ponta dos meus dedos.

pressinto-te
tateando até um palmo abaixo do chão
o grão da minha pele suave redonda
revelando
nos ditos que descuidas escapar o quanto
me esperas também.
toma cuidado não te desvies nem desvirtues a rota
que é a tua.

fora de mim. Escrevo-te.
sem palavras novas nem pintadas de verde alface.
serei nunca, dentro de ti
Nada...

quarta-feira, outubro 07, 2009

re-edito. re-digo. relembro.

Fujo ao destino ou tento fugir-lhe
acreditando que posso desafiar Deus e, com uma palavra minha
escolher.
Decido terminar contigo como quem interrompe
uma vida futura com futuro incerto porém garantido
com ar esperto e espevitado.
Choro
não sei se de prazer ou de dor como outrora não sabia que
falando
podia mandar construir o mundo à minha medida.
Como outrora não sabia que como quem faz um bordado
é desfiando a linha que se costura.
Não sabia como era caminhar na praia escura
chapinhando à beira mar
sozinha.

Outrora o tempo não passava de uma metáfora estrelada que, de par em par
se abria cruzando taças de vidro gelado preparadas para
receber os hóspedes.
Estou curiosa agora.
De novo, estou curiosa!
Parto em busca do que não há
do que nunca vi
do que sinto que me espera num outro lugar:
no mundo.

Envio flores ao vizinho do lado e curvo-me
perante a ideia da liberdade.


(Encontrei-me hoje com este meu texto, escrito à mão num moleskine guardado, mas nunca, nunca perdido! Achei por bem re-publicado, talvez para que não me esqueça de mim, e do quanto já me inspirei a mim mesma!)